Sempre que tocamos a Natureza, nos purificamos. A vida natural é o solo nutritivo da alma. C. G. Jung

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O exercício da paciência

A monja inglesa Jetsunma Tenzin Palmo nasceu em 30 de junho 1943, e passou 12 anos vivendo em uma caverna no Himalaia, sendo três deles em retiro para meditação. Foi aluna de Khamtrul Rinpoche, e a segunda mulher ocidental ordenada  budista  pela escola de budismo tibetano Drukpa Kagyu.

Fundou o Convento Dongyu Gatsal Ling em Himachal Pradesh, na Índia, um monastério de monjas, onde é professora. Faz palestras e coordena retiros pelo mundo todo.

Assista à este vídeo de 6:20 minutos e exercite a paciência nos relacionamentos.






quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Não quero ser feliz

A entrevista é de 2015, mas tão interessante e atual, que vale a pena reler!


Contardo Calligaris: "Não quero ser feliz.  Quero é ter uma vida interessante"

 Dagmar Serpa/M de Mulher - 10.07.2015 |  - Fronteiras do Pensamento



"Ter uma vida interessante significa viver plenamente. Isso pressupõe poder se desesperar quando se fica sem alguma coisa que é muito importante para você. É preciso sentir plenamente as dores: das perdas, do luto, do fracasso. Eu acho um tremendo desastre esse ideal de felicidade que tenta nos poupar de tudo o que é ruim."
Doutor em psicologia clínica e psicanalista, Contardo Calligaris estará na série especial do Fronteiras do Pensamento em Salvador no dia 01 de outubro. Último conferencista da edição 2015 na capital baiana, Calligaris argumenta que mais do que buscar permanentemente felicidade máxima, um arrebatamento mágico, deveríamos nos preocupar em tornar interessante nossa vida de todo dia. Confira na entrevista abaixo.

O que é felicidade hoje?
Não gosto muito da palavra felicidade, para dizer a verdade. Acho que é, inclusive, uma ilusão mercadológica. O que a gente pode estudar são as condições do bem-estar. A sensação de competência no exercício do trabalho, já se sabe, é a maior fonte de bem-estar, mais que a remuneração. Nós temos um ideal de felicidade um pouco ridículo.
Um exemplo é a fala do churrasco. Você pega um táxi domingo ao meio-dia para ir ao escritório e o taxista diz: "Ah, estamos aqui trabalhando, mas legal seria estar num churrasco tomando cerveja". Talvez você ou o taxista sofram de úlcera, e não haveria prazer em tomar cerveja. Nem em comer picanha.
Mesmo que não vissem problema, pode ser que detestassem as pessoas lá e não se divertissem. Em geral, somos péssimos em matéria de prazer. Por exemplo, estamos sempre lamentando que nossos filhos seriam uma geração hedonista, dedicada a prazeres imediatos, quando, de fato, vivemos numa civilização muito pouco hedonista. Por isso, nos queixamos de excessos e nos permitimos prazeres medíocres ou muito discretos.
Mas continuamos acreditando que ser feliz é ter esses prazeres que não nos permitimos. E agora?
Ligamos felicidade à satisfação de desejos, o que é totalmente antinômico com o próprio funcionamento da nossa cultura, fundada na insatisfação. Nenhum objeto pode nos satisfazer plenamente.
O fato de que você pode desejar muito um homem, uma mulher, um carro, um relógio, uma jóia ou uma viagem não tem relevância. No dia em que você tiver aquele homem, aquela mulher, aquele carro, aquele relógio, aquela jóia ou aquela viagem, se dará conta de que está na hora de desejar outra coisa. Esse mecanismo sustenta ao mesmo tempo um sistema econômico, o capitalismo moderno, e o nosso desejo, que não se esgota nunca. Então, costumo dizer que não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante.
Mas isso inclui os pequenos prazeres?
Inclui pequenos prazeres, mas também grandes dores. Ter uma vida interessante significa viver plenamente. Isso pressupõe poder se desesperar quando se fica sem alguma coisa que é muito importante para você. É preciso sentir plenamente as dores: das perdas, do luto, do fracasso. Eu acho um tremendo desastre esse ideal de felicidade que tenta nos poupar de tudo o que é ruim.
O que adianta garantir uma vida longa se não for para vivê-la de verdade? É isso que temos de nos perguntar?
Quem descreveu isso bem foi (o escritor italiano) Dino Buzatti, no romance O Deserto dos Tártaros. Conta a história de um militar que passa a vida inteira em um posto avançado diante do deserto na expectativa de defender o país contra a invasão dos tártaros, que nunca chegam. Mas tem um lado simpático na ideologia do preparo. É que está subentendida a ideia de que um dia a pessoa viverá uma grande aventura. Mas o que acontece, em geral, é que a preparação é a única coisa a que a gente se autoriza.
Então, pelo menos há um desejo de viver uma aventura?
Mas os sonhos estão pequenos. A noção de felicidade hoje é um emprego seguro, um futuro tranquilo, saúde e, como diz a música dos aniversários, muitos anos de vida. Acho estranho quando vejo alguém de 18 anos que, ao fazer a escolha profissional, leva em conta o mercado de trabalho, as oportunidades, o dinheiro... Isso nem passaria pela cabeça de um jovem dos anos 1960.
A julgar pela quantidade de fotos colocadas nas redes sociais de pessoas sorridentes, elas têm aproveitado a vida e se sentem felizes. Ou, como você aborda em uma crônica, hoje mais importante do que ser é parecer feliz?
O perfil é a sua apresentação para o mundo, o que implica um certo trabalho de falsificação da sua imagem e até autoimagem. Nas redes sociais, a felicidade dá status. Mas esse fenômeno é anterior ao Facebook. Se você olhar as fotografias de família do final do século 19, início do 20, todo mundo colocava a melhor roupa e posava seriíssimo. Ninguém estava lá para mostrar que era feliz. Ao contrário, era um momento solene. É a partir da câmera fotográfica portátil que aparecem as fotos das férias felizes, com todo mundo sempre sorridente.
E a gente olha para elas e pensa: "Eu era feliz e não sabia".
Não gosto dessa frase porque contém uma cota de lamentação. E acho que a gente nunca deveria lamentar nada, em particular as próprias decisões. Acredito que, no fundo, a gente quase sempre toma a única decisão que poderia tomar naquelas circunstâncias. Então, não vale a pena lamentar o passado. Mas é verdade que existe isso.
As escolhas ao longo da vida geram insegurança e medo. Em relação a isso, você diz que há dois tipos de pessoa: os "maximizadores", que querem ter certeza antes de que aquela é a opção certa, e a turma do "suficientemente bom". O segundo grupo sofre menos?
Tem uma coisa interessante no "maximizador": é como se ele acreditasse que existe o objeto mais adequado de todos, aquele que é perfeito. Mas é claro que não existe.
A busca da perfeição não gera frustração, pois sempre haverá algo que a gente perdeu?
Freud dizia que o único objeto verdadeiramente insubstituível para a gente é o perdido. E não é que foi perdido porque caiu do bolso. Ele fala daquilo que nunca tivemos. Então, faz sentido que nossa relação com o desejo seja esta: imaginamos existir algo que nunca tivemos, mas que teria nos satisfeito totalmente. Só não sabemos o que é.
Como nos livrar desse sentimento?
Temos de tornar cada uma de nossas escolhas interessante. Isso só é possível quando temos simpatia pela vida e pelos outros - o que parece básico, mas não é no mundo de hoje. Não por acaso, o grande espantalho do nosso século é a depressão. A falta de interesse pelo mundo e pelos outros é o que pode nos acontecer de pior.
Complica ainda mais o fato de, como você já abordou, enfrentarmos um dilema eterno: desejamos a estabilidade e também a aventura. Então, entramos em uma relação ou um emprego, mas sofremos porque nos sentimos presos e achamos que estamos deixando de viver grandes aventuras. Isso tem solução?
Não sei se tem solução. A gente vive mesmo eternamente nesse conflito. Agora, como cada um o administra é outra história. Pode-se optar por uma espécie de inércia constante, que será sempre acompanhada da sensação de que você está realmente desperdiçando seu tempo e sua vida, porque toda a aventura está acontecendo lá fora e, a cada instante, você está perdendo os cavalos encilhados que passam e não passarão nunca mais. Viver dessa maneira não é uma das opções. Mas você pode também, em vez disso, permitir se perder.
Permitir se perder no sentido de transformar a vida em uma eterna aventura?
Mas também nesse caso você terá coisas a lamentar. Eu, pessoalmente, fui mais por esse caminho. Mas o preço foi muito alto. Por exemplo, eu não estive presente na morte de nenhum dos meus entes próximos, porque morava em outro país e sempre chegava atrasado, no avião do dia seguinte. Hoje, por sorte, meu filho - que é grande, tem 30 anos - vive perto de mim. Por acaso, ele decidiu vir para o Brasil. Mas não o vi crescer realmente.
Para ser feliz, enfim, o segredo é não buscar a felicidade?
Isso eu acho uma excelente ideia. A felicidade, em si, é realmente uma preocupação desnecessária. Se meu filho dissesse "quero ser feliz", eu me preocuparia seriamente.
Preferia que dissesse o quê?
Só gostaria que ele me dissesse: “Estou a fim de…" A partir disso, qualquer coisa é válida. O que angustia é ver falta de desejo nas pessoas, em particular nos jovens. Agora, se ele está a fim de algo, mesmo que isso pareça muito distante do campo do possível dentro da vida que leva, eu acho ótimo.



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Eu não sei desenhar...

Com frequência, as oficinas de Arteterapia são confundidas com aulas de arte, onde se valoriza estética visual, beleza, plasticidade. E então,  ouvimos das pessoas que participam: “eu não sei desenhar”, “parece desenho de criança”.  Mas, a Arteterapia é a linguagem da alma. Flaubert, em Madame Bovary, aponta que:

[...] a verdade é a plenitude da alma que pode às vezes transbordar na pura insipidez da linguagem, pois nenhum de nós pode jamais expressar a exata medida de suas necessidades ou de seus pensamentos ou de suas tristezas, e a fala humana é como um tambor rachado em que tamborilamos ritmos ásperos para os ursos dançarem [...]

Na Arteterapia, o que as palavras não traduzem emerge na atividade expressiva, que é a voz da alma, do coração.  As cores comunicam o estado de espírito, as texturas podem refletir inquietação, as imagens iluminam as áreas de sombra, as linhas traçam  caminhos de busca interior.  As oficinas acontecem em um ambiente sereno, capaz de propiciar o entendimento e a liberação das emoções.  

As vivências são como uma tomada de conhecimento, uma viagem ao inconsciente, a liberação do que está enclausurado, o início da cura. A casa da infância, por exemplo, desenhada com giz de cera, não tem a precisão de um projeto construtivo, ou a plasticidade de uma obra de arte. É, sim, um retrato da memória, das emoções e valores da época. Figura como símbolo das lacunas, da abundância, das alegrias e sofrimentos. E traz para o momento presente o encapsulado, que não foi ainda liberado.

A Arteterapia propicia uma pausa na ansiedade, no luto, no excesso de crítica e exigência. Estimula a complacência, o cuidado que relegamos,  o acolhimento das nossas próprias necessidades. Traz sensação de conexão, conforto, paz.

É de C. G. Jung a reflexão: “Na medida em que eu consegui traduzir as emoções em imagens, ou  seja, consegui encontrar as imagens escondidas nas emoções, eu me transportei interiormente  para um estado de calma e tranquilidade. Se eu tivesse deixado essas imagens escondidas nas emoções, eu poderia ter sido destruído por elas. Como resultado dos meus experimentos, eu aprendi como é importante, do ponto de vista terapêutico, encontrar essas imagens que se escondem por detrás das emoções.” (Memórias, Sonhos, Reflexões).
“Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu optei por me tornar.”

sábado, 17 de setembro de 2016

Formação em Arteterapia em S.P.


Formação de Profissionais em Arteterapia:
Alquimy Art, Centro de Pesquisa. São Paulo, SP. Rua Afonso José de Carvalho, 51. São Paulo, SP. Tel.: 011 3021.1583 e 11 98326.2005 E-mail: alquimyart@uol.com.br e deolinda.fabietti@terra.com.br Coordenação: Cristina Dias Allessandrini AATESP 015/1203 e Deolinda Florim Fabietti AATESP 008/1203.


Especialização em Arteterapia:

FAMOSP – Faculdade Mozarteum de São Paulo – Rua Nova dos Portugueses no 365 – São Paulo, SP. Tel.: 011 2236-0788 011 2236-0788 E-mail: atendimento@mozarteum.br Coordenação: Dilaina Paula Santos AATESP 011/1203.


Curso de Especialização Lato Sensu em Arteterapia:

FPA - Faculdade Paulista de Artes - São Paulo - SP. Tels: 3287-4455: e-mail: posgraduacao@fpa.art.br - Coordenação: Leila Nazareth AATESP 001/1203.


Pós-Graduação Lato Sensu em Arteterapia:

NAPE – Núcleo de Arte e Educação. Rua Fernão Dias no 183, Jardim Esplanada, São José dos Campos, SP. Tel.: 012 3941-8114 e 012 3941-8114 E-mail: napesjcampos@uol.com.br Coordenação: Fabíola Maria Gaspar AATESP 064/0706.


Pós-Graduação Lato Sensu em Arteterapia:
UNIP Universidade Paulista. Rua Vergueiro 1211, São Paulo, SP. Tel.: 011 2166-1066 011 2166-1066 E-mail: pat.pinna@uol.com.br Coordenação: Patrícia Pinna Bernardo AATESP 056/0905.


Pós-Graduação Lato Sensu em Arteterapia Aplicada:

Saúde, Artes, Educação e Organizações. UNIP Universidade Paulista. Rua Vergueiro 1211. São Paulo, SP. Tel.: 011 2166-1066 011 2166-1066 E-
mail: pat.pinna@uol.com.br Coordenação: Patrícia Pinna Bernardo AATESP 056/0905.


Especialização em Arteterapia:

Instituto Sedes Sapientiae. Rua Ministro Godoy 1484 – São Paulo, SP. Tel.: 3866-2730 E-mail: secretaria@sedes.org.br Coordenação: Selma Ciornai AATESP 014/1203, Maria Alice do Val Barcellos AATESP 024/1203 e Maria de Betânia Paes Norgren AATESP 005/1203.

Informações sobre Arteterapia em outros estados, visite o site da                 União Brasileira de Associações de Arteterapia - UBAAT:


sexta-feira, 2 de setembro de 2016


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Jung e a Natureza

A Psicologia Analítica, legado de Carl Gustav Jung, influenciou a cultura ocidental a partir do início do século XX. Mas a obra do médico inclui também rica contribuição especificamente em relação ao contato do homem com a Natureza. O psiquiatra suíço considerava a falta de contato com a Natureza um dos motivos do desequilíbrio psicológico das pessoas. Sempre que tocamos a Natureza nos purificamos, apontava ele, que considerava a vida natural como o solo nutritivo da alma.

Desde os anos 90, nos Estados Unidos e Europa, o movimento conhecido como ecotherapy tem possibilitado o entendimento e confirmado a teoria junguiana dos benefícios na interação homem/natureza.

Vários autores editam publicações sobre ações terapêuticas envolvendo o contato com a natureza. Dentre eles, destaco o historiador Theodore Roszak, Ph.D. (1933-2011), autor de Ecopsychology (1995); o psicólogo inglês Martin Jordan, Ph.D., autor de Nature and Therapy (2015) e coordenador do site ecotherapy.org.uk ; o livro Jung & Ecopsychology (2012), do entomologista e psicanalista junguiano Dennis L. Merritt, Ph.D.; e uma edição de 2009 da psicoterapeuta Linda Buzzell em parceria com o psicólogo Craig Chalquist, ambos da Califórnia, USA, com o inspirador título Ecotherapy – Healing with nature in mind. Todos esses títulos não foram ainda editados no Brasil.

Em 2008, a psicóloga Meredith Sabini, Ph.D., reuniu as menções que Jung fez em relação à Natureza em edição também não traduzida para o português: C. G. Jung - The earth has a soul.  Sabini, fundadora e diretora do The Dream Institute of NorthernCalifornia, situado em Berkeley, nos mostra um lado menos conhecido do psiquiatra suíço e expõe sua opção para os seus últimos anos de vida, em que redescobriu as forças espirituais da Natureza e vivenciou os encantos de uma vida simples. A seleção de publicações, discursos, seminários, entrevistas e cartas de Jung serviram como inspiração e base teórica para que este projeto adotasse a Arteterapia combinada à Natureza.

Na área de conhecimento da Natureza, da Paisagem, do mundo vegetal, destaco obras dos pensadores Thoreau (1995) e Emerson (2011), e seus ensinamentos que refletem questões próprias da atualidade. Temos no ensaio Natureza, originalmente escrito em 1836:

[...] Na mata, um homem também se desprende dos seus anos, como uma serpente de sua pele, e em qualquer etapa de sua vida é sempre um menino. Na mata está a perpétua juventude. Na mata retornamos à razão e à fé. Ali sinto que nada haverá de acontecer-me na vida – nenhuma desgraça, nenhuma calamidade (...) sem que a natureza o possa curar. De pé sobre a terra nua (...) nada sou: tudo vejo; as correntes do Ser Universal me circulam; sou uma porção de Deus. (...) Nos lugares silvestres, encontro algo mais caro e próximo a mim do que nas ruas e povoados (EMERSON, 2011, p.17.).

Thoreau, considerado discípulo de Emerson, viveu por dois anos (1845-47) em uma cabana construída por ele próprio, na propriedade que o filósofo possuía às margens do Lago Walden. Em sua obra principal, Walden; ou A vida nos bosques encontramos:

Nos dias de hoje neste país, conforme julgo por  experiência pessoal, uns poucos utensílios, uma faca, uma enxada, uma pá, um carrinho de mão, etc., e para o estudioso, lâmpada, artigos de papelaria e acesso a alguns livros, bastam como coisas necessárias e podem ser comprados por uma ninharia. THOREAU, 1985, p.26

Um século depois, vivendo sozinho em Bollingen, junto ao Lago Zurique, sem energia elétrica, cozinhando em um fogão a lenha, Jung indicava  usar o mínimo de aparatos tecnológicos; ter um pedaço de terra para trabalhar; deixar a natureza nos afetar; viver como uma planta que sempre se renova e que vive do seu rizoma.

Em carta escrita em 1958, Jung se refere à ideia antiga de que cada lugar ou pessoa tem o seu anjo particular, do mesmo modo que a terra tem alma. Jung relacionava as palavras alma, psique e espírito: psique em grego significa alma, vida e respiração, assim, psique é a própria Natureza. Em seminário do início dos anos 30, Jung apontou que a terra tem o seu próprio espírito, a sua própria beleza. Também em carta datada de 1947, escrita a um colega, Jung mostra a seriedade com que considera a Natureza. E pergunta: por que não entrar em uma floresta, literalmente, por um tempo? Às vezes uma árvore pode dizer mais do que está escrito nos livros. No período vivido em Bollingen, Jung escreveu: A nossa tarefa não é retornar à Natureza, ao estilo de Rousseau, mas sim encontrar novamente o homem natural.



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

C. G. Jung




Carl Gustav Jung (1875 – 1961)  foi um médico suíço, fundador da psicologia analítica.   Filho de  pastor protestante, ainda pequeno, mudou-se com a família para a Basileia, onde realizou seus primeiros estudos. Em 1900, graduou-se em medicina psiquiátrica pela Universidade da Basileia, sendo em seguida contratado  pelo hospital psiquiátrico Burgholzi, em Zurique, onde  procurou tornar mais humano o  tratamento dos pacientes. Nos seus atendimentos, buscava  investigar as questões existenciais,  ressaltar os aspectos individuais de cada cliente, evitando rotulações e padronizações de cuidados e tratamento.. Carl Gustav Jung morreu aos 86 anos, deixando extensa obra publicada em livros, além de conferências, cartas, vídeos que são referências no estudo da psicologia.

Para saber mais sobre a vida de Jung, um dos maiores estudiosos da vida interior, leia a sua autobiografia Memórias, Sonhos e Reflexões, lançada em 1961, ano da sua morte.